segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Aproxima-se a hora. A S vem a caminho e com ela novos desafios. Como exprimir no papel a importância e o valor de um ser humano que vai ter algo de mim dentro de si?
É um prolongamento, uma extensão do meu ser, que vai andar por este mundo fora. É algo de meu que vai ter uma perspectiva única do mundo.

(Os meus olhos vão ver coisas que eu nunca saberei o que verão.)

Uma nova vida, uma nova responsabilidade. Um novo desassossego e um novo alento.
Uma outra atitude, um outro brilho no olhar, uma nova dança, um renovado olhar.
Um pensado querer!

Estou a criar vínculos de amor com o mundo.
O amor que posso desejar existir em mim terá, brevemente, um novo rosto.

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Conhecemos a consciência como pensamos que a conhecemos?  Não sabemos a sua origem, mas vêmo-la  como uma entidade independente dentro de nós porque está para lá da nossa vontade.
A consciência é o nosso lado que está desperto: é apenas uma parte de nós que é perceptível. No entanto, a sua origem está no inconsciente porque é esta entidade que a alimenta. E o inconsciente é um universo dentro de nós; não o conhecemos. Ele é vasto, ele é enorme. É infinito!
E é isso que sou: uma pequena parte de um universo desconhecido que, por sua vez, é a maior parte do que sou. E que eu desconheço.
Posso pensar que se a estrutura do que sou é desta forma, então é porque existe uma razão para que a Natureza  tenha feito as coisas assim. Se essa estrutura só me permite ter acesso a uma pequena gota do oceano que sou então é porque a Natureza não quer que eu tenha acesso ao oceano todo.
Talvez isso aconteça para nos protegermos de nós mesmo e de todo o conhecimento e imaginação que temos.
Mas também sabemos que quanto mais avançamos conscientemente pelas coisas do mundo e do espírito mais perto estamos de conhecermos os segredos de Deus. E  isso é excitante.
Tornamo-nos desafiadores. E desafiamos Deus e a morte. Quebramos as barreiras que nos separam do universo desconhecido.
Tudo isso são bons argumentos para dedicar a vida à minha "quest":  ser conquistador de universos, caçador de sonhos.

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Eu gosto de saber que te encontro na cama deitada  ao meu lado.

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Li o que tenho escrito à minha mulher. Porque o fiz? Porque é que partilhei aquilo que me custa a assumir comigo mesmo? Porque quis mostrar-lhe como consigo e sei ser honesto. Talvez sentisse necessidade de lhe mostrar  qual a linguagem que uso quando sou honesto e qual a natureza das minhas preocupações mais íntimas.
Tenho consciência que o que leu é desconcertante e algo triste. Não sei se triste é a palavra certa. Penso que não. Não há tristeza no que digo. Há verdade, nua e crua. Há coragem. Há humanidade.
Ao ouvir-me disse algo como: "não sabia que te sentias tão sozinho, lamento". Não me lembro bem das palavras exatas mas sei que a palavra "sozinho" perdurou  na sua mente.
Isso fez-me  pensar e refletir que, de facto, a forma como escrevo pode dar a entender que sou um homem só. Sim, é verdade que sou um homem só. Mas não sou um homem solitário. Sou um homem que é amado e considerado por outros.  Tenho uma mulher que se preocupa comigo e que atura as minhas neuras, uma filha que me admira, uma outra a caminho que adora a minha voz, alguns amigos que me conhecem genuinamente e uma catrefada de primos e primas, tios e tias que apreciam a minha companhia. É por isso que eu não sou solitário. Sou somente um homem só.
Sou um homem só porque é-me difícil chegar a mim, de dizer o que verdadeiramente sinto, quero e necessito. É-me difícil ser verdadeiramente honesto e justo comigo mesmo. Sou um homem só porque me isolo devido aos meus próprios conflitos.
Eu e a comunicação temos uma grande quezília em curso que ainda está para resolver.

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Esvaziei a mente.

Fui nadar. Mergulhei o corpo na água e obriguei-o a fluir. E, com ele, deixei-me ir.
Antes de ir as preocupações povoavam a minha mente. Agora deixei-as a descansar. Os músculos ficaram doridos mas o corpo leve. A alma serena e orgulhosa de si.

Era meu propósito escrever antes de ir nadar para trazer à luz do dia grandes revelações a meu respeito. Queria te escrito sobre as grandes conversas e os grandes discursos que tenho para comigo mesmo. Aí vejo-me como herói onde derroto os meus opositores imaginários que vestem a pele de pessoas reais (tão injusto para elas...).
Nesses cenário imaginários estou sempre em conflito com alguém e vejo-me sempre a responder a confrontações. Essas confrontações sou sempre eu que as fabrico para se adequarem às respostas que eu quero dar. Desta forma saio sempre vitorioso e o meu adversário derrotado e inferiorizado.

No entanto, tenho que ter a coragem para admitir que os temas em questão são triviais, mesquinhos e egoístas.
Não há nada de virtuoso nestas discussões.
Não há, portanto, razões para que pudesse esperar de mim grandes revelações para problema universais e existenciais.
À luz disso, também não há razões para me sentir nem herói nem senhor de grandes intelecções.

Quero dizer, então, que sou e serei sempre um homem pequenino mas que, verdade seja dita, procura sempre ser grande (é essa a minha natureza).

sábado, 22 de outubro de 2016

O silêncio é um grande aliado meu porque permite que a verdade transparença mesmo quando existe o esforço de a esconder.

Há silêncios meus que podem resultar de conflitos interiores e exteriores. Em ambos os casos, a minha linguagem corporal denuncia o desconforto, como tiques nervosos, olhar sem rumo, mãos inquietas, pensamentos injustos, etc.

Outros silêncios, muitas vezes com origem numa aparente falta comunicação entre pessoas, resultam numa atmosfera amistosa e confortável. É assim que avalio uma amizade sincera.

Da minha experiência com os silêncios resulta o seguinte:
Aquele que fala por falar fá-lo para disfarçar alguma espécie insegurança.
Aquele que ouve em silêncio fá-lo porque nada tem a acrescentar ao que está a dito.
Aqueles que "fazem" silêncio fazem-no para se conhecerem.
E aqueles que falam em simultâneo fazem-no para se imporem, pelo que não interessa ouvir.

Eu gosto do silêncio porque nele encontro-me.







segunda-feira, 17 de outubro de 2016

É difícil saber o quanto te sentes magoada comigo.

E eu amo-te tanto!

Apaixonei por ti por ti por quem tu és, e não por vaidades. E eu quero que tu saibas disso. Porque só isso importa e só isso é verdade.

Apaixonei-me por ti porque não és igual a mais ninguém.
Apaixonei-me por ti porque te rias dos meus disparates e dos meus trejeitos.
Apaixonei-me por ti pelo teu humor inteligente, pelo teu carácter e pela tua frontalidade.
Apaixonei-me por ti pelo teu cuidado, pela tua ordem e pela tua civilidade.
Apaixonei-me pela tua poesia, pelo valor que dás às palavras e à educação, e pela forma polida com que queres viver a tua vida.

Apaixonei-me por ti, miúda. Apaixonei-me pela tua ingenuidade.

Sim, pela tua ingenuidade.
Eu, em ti, vi ingenuidade.
E vi que pertencias à Terra.

Eu sou Lua. Quis trazer Terra à minha Lua. Quis dar Terra à minha Lua.

Sabia que podia beber de ti. E esperei que bebesses da minha Terra.
Quis dar Lua à tua Terra.

Apaixonei-me por ti pela Terra que és!
E queria que tu quisesses de mim a Lua. Se calhar tu não a querias. Mas eu quis dar-ta à mesma.
Se calhar, deveria ter esperado que tu pedisses a única coisa que te podia dar...

Eu sonhei-nos aos dois: Terra e Lua casados, juntos, felizes.
Terra e Lua unidos, fortes e cumplices.

Saber, então, que eu sou a razão do teu desconforto é algo duro de aceitar. Mas seria mais duro se me rejeitasses. Sou um homem sortudo porque te manténs ao meu lado.

Mas, convenhamos: tu não és uma pesoa fácil de contentar (admiro isso em ti) e eu sou uma pessoa instável, eu sei.
Mas, sejam quais forem as razões que nos levaram a este ponto, eu só sei que posso dizer-te o que escrevi. Porque é a base do que me faz estar junto a ti.

Quero ver-me bonito aos teus olhos.
Quero ver-te bonita nos teus olhos quando olho para ti.

Quero!
Quero muito!

Mas querer não basta...
E eu tento...

Não te quero afastar de mim e não quero que te afastes de mim.
Quero viver o que os meus sentimentos projectaram: ver-te sem medo de mim, orgulhosa do que eu penso de ti.

O resto... toda esta confusão... todo este desentendimento... não entendo nada!